segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

FAVELADOS / anibal werneck de freitas

FAVELADOS / anibal werneck de freitas

FAVELADOS [composição 1]

Esta foi a minha primeira composição musical. Uma letra questionando um samba que colocava o favelado como um privilegiado, pelo fato de viver mais perto do céu. Sabemos que não tem nada a ver. O favelado sofre todo tipo de violência. São desrespeitados pelo Estado como se não fossem cidadãos. Quando fiz este samba, eu estudava no Seminário de Leopoldina-MG.

















Era o ano de 1965.
 

FAVELADOS - Dizem que lá no morro / Os favelados vivem perto do céu / Mas é pura mentira / Os coitados vivem ao léu. / Favelados que não têm nada / Que vivem na corda bamba / Mas no Carnaval vibram alegres / Pois compraram vestimentas pro samba. / Mas mesmo assim vivem sambando / Tapando a tristeza que lá vive reinando / Os da cidade não sabem / Que lá na favela / Eles lutam tanto pra sambar na Portela. São homens simples / Que vivem sambando ao léu / Pois quem vive no morro / Não vive pertinho do céu.

Anibal Werneck de Freitas.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

ENCONTRO DOS SEMINARISTAS DE LEOPOLDINA-MG.

Meus prezados colegas de seminário. não digo mais ex-seminaristas. Porque na verdade não somos mais. Digo isso porque todos os anos estamos juntos fisicamente com o nosso querido Monsenhor Antônio Chamel. E no resto do ano estamos espiritualmente juntos, também. A diferença está no fato de que hoje temos esposas e filhos, o que não nos impede de sermos novamente seminaristas. E, depois, eu pergunto: O quê fazemos lá no nosso encontro? Nada mais, nada menos que um seminário. Nisso você tem que concordar comigo. Você pode me perguntar: E os nossos professores, colegas e ajudantes, que já partiram?. Eu respondo: Partiram fisicamente como alguém virou a curva de uma estrada e, portanto, não pode mais ser visto. Acontece que esta pessoa continua no nosso coração. Agora, mais ainda, porque ela está dentro de nós. 
Professora Dionéia, Professor Waldir, Professor Bertoque, Padre Machado, Cônego Naves, Professor e Ex-Padre Élcio, Padre Vinicius, Padre Geraldo, Professor Hudson, Seu Cesário, Seu Gabriel, Professor Átila e outros... (in memoriam).
Também, os nossos colegas: Serginho, Pelé, Vicente, Maíca e outros (in memoriam).
É como o poeta disse acima: A morte é como uma pessoa que faz a curva da estrada e, deste modo, não pode ser mais vista. Significando de que ela continua viva. Só não é vista. É a única diferença. Os sábios gregos já diziam: A morte não existe para quem morre porque quando ela chega a pessoa já está morta, não tem como vê-la.
Na idade em que estamos, vida e morte se confundem. às vezes nos perguntamos: Isso me aconteceu ou foi um sonho?. O que nos parece nem sempre o é. Será que tudo não passa de um sonho? Quando estamos em comunhão com as pessoas que fizeram e fazem parte da nossa vida, significa que estamos juntos físico espiritualmente. O próprio Cristo disse: Quando estiveres reunidos fazei-o em memória de mim e eu estarei no meio de vós!. Assim acontece quando estamos reunidos no nosso encontro. Estamos ali em memória dos que foram e, assim, eles estão no meio de nos, certamente. A vida não é só aqui. Quem somos nós para categorizar tal premissa? A vida é um mistério. Por isso ninguém tem argumentos para contestar o que estou dizendo. Portanto, meus caros seminaristas, nosso encontro anual é uma realidade incontestável. Agora, mais do que nunca, ele reúne os dois lados da vida: o físico e o espiritual.

Anibal Werneck de Freitas. 

ORATIO AD SANCTO EXPEDITO